8 de jun. de 2011

À caminho.

 Acordo, é mais um dia, saiu, como sempre, atrasado, o sono, um dos poucos vícios que não é preciso gastar meu dinheiro do lanche. Pego o busão, vejo todos aqueles, todos aqueles que se parecem comigo, não na aparência, mas sim na sua forma de vivencia, sonhando em ter um importado, em volta, parque araríba, jardim ingá, vila das belezas e parque Regina. Um pedaço, só mais um pedaço que a nós foi dado. Enquanto o sono me consome vejo todos de pé, carregados como pedaços de máquinas. Nas margens da burguesia, Morumbi. Passo, somente passo, vê o Audi? Vê a Mercedes? E também aquela moto dos teus sonhos? Enquanto os boys, jogam seu PsP, estou eu, pegando a lotação sentido santo amaro, lá talvez tenha uma chance, HaHaHa. Chego ao Plínio, as minas com seus namorados, os mano ouvindo seu funk, tem também aqueles que fingem fazer parte da gema, ouvindo ACDC e Iron Maiden. Enquanto passam as horas tem aulas pra entrar na faculdade, e também tenho uma única para entrar na vida, entendendo a história, conhecendo meus horizontes, pra sobreviver neste mundo de números, estudo os gregos, estudo os romanos, cristãos, europeus e americanos burocratas, todos aqueles que nos contaminam com suas drogas tecnológicas. Racismo talvez, matando sua própria raça, capitalismo selvagem. Bate o ultimo sinal, o tempo para todos desesperados em busca de sua liberdade, preocupados com seu programa favorito na TV, pegam a lotação, jardim ingá, Rebouças, jardim das palmas, a caminho do seu curso, talvez, quem sabe? Passo pela casa da moeda, em suas entranhas, onde o homem se permite ser corrompido por um pedacinho do céu, vou pro termina de lá o dia chega ao final, pego o jardim novo oriente e sei que tudo vai se repetir. Estou à caminho.


Texto original de Victor Mancilha
08/06/2011

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